Política



A Desobediência Civil.

Depois de muito ruminar muito sobre o que acontece com todos os governos, encontrei em “A Desobediência Civil” de Henry David Thoreau o que procurava. No livro ele versa sobre o governo americano, mas analisando bem, serve para todos os governos do mundo. Veja como ele inicia seu livro>

"O melhor governo é o que governa menos" −aceito entusiasticamente esta divisa e gostaria de vê−la posta em prática de modo mais rápido e sistemático. Uma vez alcançada, ela finalmente equivale a esta outra, em que também acredito: "O melhor governo é o que absolutamente não governa , e quando os homens estiverem preparados para ele, tal será o tipo de governo que terão. Na melhor das hipóteses, o governo não é mais do que uma conveniência, embora a maior parte deles seja, normalmente, inconveniente − e, por vezes, todos os governos o são. As objeções levantadas contra a existência de um exército permanente − e elas são muitas e fortes e merecem prevalecer − podem afinal ser levantadas também contra a existência de um governo permanente. O exército permanente é apenas um braço do governo permanente. O governo em si, que é apenas a maneira escolhida pelo povo para executar sua vontade, está igualmente sujeito ao abuso e à perversão antes que o povo possa agir por meio dele, Pois o governo é uma conveniência pela qual os homens conseguem, de bom grado, deixar−se em paz uns aos outros, e, como já se disse, quanto mais conveniente ele for, tanto mais deixará em paz seus governados. 

            Porém, para falar de modo prático e como um cidadão, ao contrário daqueles que chamam a si mesmos de anti-governistas, eu clamo não já por governo nenhum, mas imediatamente por um governo melhor. Deixemos que cada homem faça saber que tipo de governo mereceria seu respeito e este já seria um passo na direção de obtê-lo.

            Afinal, a razão prática por que se permite que uma maioria governe, e continue a fazê-lo por um longo tempo, quando o poder finalmente se coloca nas mãos do povo, não é a de que esta maioria esteja provavelmente mais certa, nem a de que isto pareça mais justo para a minoria, mas sim a de que a maioria é fisicamente mais forte. Mas um governo no qual a maioria decida em todos os casos não pode se basear na justiça, nem mesmo na justiça tal qual os homens a entendem. Não poderá existir um governo em que a consciência, e não a maioria, decida virtualmente o que é certo e o que é errado? Um governo em que as maiorias decidam apenas aquelas questões às quais se apliquem as regras de conveniência? Deve o cidadão, sequer por um momento, ou minimamente, renunciar à sua consciência em favor do legislador? Então por que todo homem tem uma consciência? Penso que devemos ser homens, em primeiro lugar, e depois súditos. Não é desejável cultivar pela lei o mesmo respeito que cultivamos pelo direito. A única obrigação que tenho o direito de assumir é a de fazer a qualquer tempo aquilo que considero direito desde que não ultrapasse o direito dos outros. É com razão que se diz que uma corporação não tem consciência, mas uma corporação de homens conscientes é uma corporação com consciência. A lei jamais tornou os homens mais justos, e, por meio de seu respeito por ela, mesmo os mais bem−intencionados transformam−se diariamente em agentes da injustiça. Um resultado comum e natural do indevido respeito pela lei é que se pode ver uma fila de soldados − coronel, capitão, cabo, soldados rasos, etc − marchando em direção à guerra em ordem admirável através de morros e vales, contra as suas vontades, ah!, contra suas consciências e seu bom senso, o que torna esta marcha bastante difícil, na verdade, e produz uma palpitação no coração. Eles não têm dúvida alguma de que estão envolvidos numa atividade condenável, pois todos têm inclinações pacíficas. Então, o que são eles? Homens ou pequenos fortes e paióis a serviço de algum homem inescrupuloso no poder? São uma mera sombra e reminiscência de humanidade, um homem amortalhado em vida, de pé, mas já sepultado em armas com acompanhamento fúnebre.


            É um caso a pensar, e acho que todos os homens deveriam saber mais sobre nossos governantes antes de elegê-los. Não seria o governo ideal, mas sim, um governo melhor, um governo que respeitaria o eleitor como ele merece.

            Infelizmente, nenhum grande homem se preza a governar uma nação. Todos os que aqui vieram, nos deixou apenas seus ensinamentos, ensinamentos estes que se fossem seguidos, o nosso planeta não estaria o caos que hoje impera. Muitos dizem que o dirigente fulano de tal é um grande homem. Discordo totalmente deles. Se existiu um grande governante, não o foi por ser considerado um grande homem, mas um homem com grande poder bélico, financeiro ou administrativo. Mesmo nas igrejas, não vejo nenhum grande homem investido de poder, pelo contrário, os grandes homens sempre são os mais humildes, mas que com seu exemplo nos mostram o verdadeiro caminho da iluminação. 

            Dizer que um papa ou um aiatolá, ou ainda um bispo das igrejas derivadas são grandes homens, é um erro crasso. Qualquer homem, desde que investido pelo poder, se corrompe e junto com ele, todos os que o acompanham, salvo raríssimas exceções. E quando não se deixam corromper são sumariamente eliminados. Ao governo interessa apenas o manter-se no poder e perpetuá-lo o tempo que for possível, não importando o método empregado para tal. 

            Quando Jean Meslier (1664-1729), cura da comuna francesa de Étrépigny disse "O homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre", não quis dizer para que fossem dizimados todos os religiosos nem todos os governos, mas sim quando o homem não necessitar mais dos governos nem das religiões, aí sim o homem será livre, encontrará Deus em todo lugar, em todo ato. Conhecera o seu direito e respeitará o direito do próximo, no que Thoreau, de certa forma concorda com ele ao dizer que “o melhor governo é aquele que absolutamente não governa. 

            Rezo para que um dia a humanidade possa alcançar uma evolução tal que cheguemos a este ponto de não precisarmos mais de governantes, ou se ainda existirem, que absolutamente não governem, mas o próprio homem governe a si mesmo.


           Deca.
           Para reflexão.
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2 comentários:

  1. Maria Pereira
    Vc escreve muito, sua linguagem é clara e objetiva....vc da uma aula de história p esse povo medíocre q n le nda e n tem opiniao formada devido ao desinteresse geral. Ja li muitoooo, sobre tdo, e poucas coisas me emocionaram de fato. VC MOSTROU Q N É
    Inteligente em excesso...
    Somente!
    VC É UM ESPETÁCULO P DESCREVER UM FATO-----SABE, JORNALISTA NATO-----NINGUEM TE SEGURA -----UMA PENA VC N SER ESCRITOR DESDE ANTES----TU ÉS UM DESPERDÍO-
    # envie seu artigo para imprensa@planalto.gov.br. Sem comentários! Nossos governantes precisam saber q vc existe!

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  2. Se enviar para o planalto, serei caçado como um terrorista. KKKKKKKKKKK

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